Um mandato perdido

Todos nós estamos assistindo as sérias e fundadas apreensões vividas pelos brasileiros com relação ao que vai restar para o nosso país: o triste final de governo de Dilma Rousseff.

A indústria brasileira bate recordes negativos de produção. A consequência desses resultados tem provocado desemprego e, pior do que isso, criado perspectivas desanimadoras para um futuro próximo. O setor agrícola, que tem sido o carro-chefe da economia com superávits seguidos da Balança Comercial, está sofrendo os efeitos de clima desfavorável, provocando o atraso no plantio da soja e do milho, trazendo um ambiente de desânimo no setor, o que faz piorar o cenário previsível. Além disso, os escândalos com os desvios na Petrobras, com a forte presença de elementos ligados ao Governo Federal, agora denunciados por intermediários presos, usando os chamados benefícios da “delação premiada”, estão contribuindo, de maneira contundente, para mostrar a vulnerabilidade do governo petista e a desestabilização da atual administração.

O déficit fiscal deste exercício, superior a R$ 20 bilhões, demonstra a total irresponsabilidade do governo, que, preocupado em gastar com as bolsas e outras coisas mais, pensando unicamente na reeleição, incorreu em crime de responsabilidade fiscal, já que gastou, até mesmo, o que tinha de economizar na formação do chamado “superávit primário” para fazer face ao pagamento dos juros da enorme dívida pública. Segundo alguns analistas, isso é caso sujeito ao impedimento do exercício do mandato do chefe de governo, no caso, a própria Dilma, por descumprimento da lei acima citada.

Se há algum benefício para o país na passagem dessa personalidade no mais alto cargo da República, foi a de fazer com que a oposição política tenha assumido o seu papel de combate veemente aos desmandos e desvios, fazendo surgir uma figura oposicionista como Aécio Neves, que, ao receber 51 milhões de votos e se mostrar competente na articulação política, possa se transformar na esperança de renovação da política brasileira. 

Essa é a minha expectativa.

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), conselheiro fiscal do Sebrae-RJ e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj.

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