“O Lençol de Turim – III”, por Júlio Carvalho

(Será autêntico?)

A autenticidade do Sudário de Turim tem sido colocada em dúvida por aqueles que não acreditam, pelos não católicos e até mesmo por alguns que seguem a orientação de Roma; todavia, vários estudos e pesquisas foram realizadas procurando provar a autenticidade daquela peça de linho, comprada por José de Arimateia para envolver o corpo de Jesus, conduzido para o sepulcro em Jerusalém.

Vejamos alguns elementos que falam a favor da autenticidade:

1º – O botânico e criminalista suíço, Dr. Max Frei, no período de 1973 a 1978, fez raspados no sudário, analisando ao microscópio os tipos de pólens encontrados, chegando à conclusão que a maioria pertencia a vegetais do Oriente Médio, sendo 45 de espécies comuns em Jerusalém.

2º – Na região dos pés da imagem, foram encontrados alguns cristais de aragonita travertina, carbonato de cálcio comum em Jerusalém.

3º – O padrão do tecido do sudário, em espinha de peixe, é próprio dos tecidos confeccionados na Síria e na Palestina no século I. É semelhante, também, aos tecidos encontrados na fortaleza de Massada, destruída pelos romanos no ano 73 d.C.

4º – No sudário, sobre os olhos da imagem existem dois pontos negros e circulares; examinados pelo aparelho VP apareceram como a moeda lépton, cunhada por Poncio Pilatos na Palestina, no século I, quando foi governador romano daquela província.

Provas contra a autenticidade do sudário

Em 1988, uma pequena amostra do tecido do sudário foi submetida ao teste do Carbono 14, para datação do mesmo. O resultado foi decepcionante, mostrando que o sudário era do período de 1260 a 1390, sendo uma fraude da Idade Média.

Mais tarde, o cientista Dmirti Kouznetsov do Laboratório de Biopolimeria Sedov, de Moscou, demonstrou que os testes de Carbono 14 eram falhos, uma vez que os incêndios sofridos pelo sudário acrescentaram maior quantidade de carbono ao tecido, levando a um resultado falso.

Por outro lado, a pequena amostra do tecido fora tirada de uma das margens laterais, onde foram colocados remendos com a intenção de reforçar o tecido do sudário, sendo, ao mesmo tempo, a região manuseada por aqueles que lidam com o sudário.

Formação da Imagem

Até hoje não se chegou a conclusão da formação da imagem do homem do sudário; inúmeros estudos foram feitos, havendo grande quantidade de teorias, todas derrubadas.

Sabe-se que não é uma pintura, pois a imagem só atinge a parte mais superficial das fibras, não penetrando no tecido.

No livro do Dr. Frederick T. Zugibe, PhD, MD, legista norte-americano, estão relacionadas 12 teorias para formação da imagem do homem do sudário, todas inconclusivas.

Após o lançamento das bombas atômicas, pelos americanos, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, causando a morte de 300.000 japoneses, no final da 2ª guerra mundial, surgiram imagens em alguns muros e pontes que não foram destruídas, que guardam semelhanças com a imagem existente no sudário.

A partir daí, alguns pensam que uma potente energia, semelhante à atômica, incidiu sobre o túmulo de Jesus, determinando sua ressurreição. É mais uma hipótese sobre a formação da imagem, todavia não custa lembrar o que encontramos no Evangelho de Mateus: “De repente houve um grande terremoto: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes brancas como a neve” (Mt 28,2-3).

Tremor de terra e relâmpago lembram a ação de uma forte energia capaz de formar a imagem que se encontra no sudário de Turim.

Até hoje a formação da imagem do Sudário de Turim é um mistério a desafiar a ciência. Ela ainda tem duas outras características inexplicáveis:

1º – Quando fotografada, ela é uma imagem negativa, enquanto as manchas de sangue aparecem como imagens positivas.

2º – A imagem do homem é tridimensional, tem altura, largura e profundidade, enquanto uma fotografia comum tem apenas altura e largura.

Tudo isso, até hoje, não encontrou explicação científica. Tudo é mistério!

No dia 24 de maio de 1998, o Papa João Paulo II, ao visitar a Catedral de Vercelli de Turim, diante do Sudário, fez um longo pronunciamento, aqui reproduzido parcialmente:

No Sudário, reflete-se a imagem do sofrimento humano. Ele recorda ao homem moderno, muitas vezes distraído pelo bem-estar e pelas conquistas tecno lógicas, o drama de tantos irmãos, e convida-o a interrogar-se sobre o mistério do sofrimento para aprofundar as suas causas. A marca do corpo martirizado do Crucificado, testemunhando a tremenda capacidade do homem de provocar dor e morte aos seus semelhantes, põe-se como o ícone do sofrimento do inocente de todos os tempos: das inumeráveis tragédias que marcaram a história passada, e dos dramas que continuam a consumar-se no mundo. Diante do Sudário, como não pensar nos milhões de homens que morrem de fome, nos horrores perpetrados nas inúmeras guerras que ensanguentam as nações, na exploração brutal de mulheres e crianças, nos milhões de seres humanos que vivem de privações e de humilhações às margens das metrópoles, especialmente nos países em vias de desenvolvimento? Como não recordar com perturbação e piedade quantos não podem gozar dos elementares direitos civis, as vítimas de torturas e do terrorismo, os escravos das organizações criminais?

 

Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo
Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo

 

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