“Século 21: imersão de valores”, por Celso Frauches

No artigo da semana passada, abordei questões relativas aos tempos difíceis que vivemos nestas décadas iniciais do século 21, em todos os setores socioeconômicos. Nele, disse que vivemos, neste século, transformações e mudanças radicais. Mas a ética e moral cristãs não mudam, como nos ensinou Jesus Cristo: não fazer ao próximo o que você não gostaria que lhe fizessem; ou fazer ao próximo o que você gostaria que lhe fizessem.

Para minha educação – “até que a morte nos separe” – busquei, novamente, entre profissionais da psicologia, sociologia, filosofia, caminhos que pudesse seguir, com segurança. Daí, surgiu a imersão de valores, que resumo a seguir, para caber no espaço destinado ao artigo. Vamos a eles:

Cultural e Linguística: a imersão de valores pode ocorrer quando alguém se integra completamente a uma cultura diferente. Isso pode envolver aprender a língua, costumes, tradições e valores desse grupo. Por exemplo, alguém que se muda para um país estrangeiro e se adapta totalmente à cultura local está imerso nos valores desse lugar.

Valores profissionais e éticos: no contexto profissional, a imersão de valores refere-se à internalização dos princípios éticos e morais de uma pessoa, organização e profissão. Um médico, por exemplo, deve estar imerso nos valores da medicina, com a ética do cuidado ao paciente e a confidencialidade.

Valores Pessoais e Filosóficos: a imersão de valores também pode ser pessoal. Envolve aprofundar-se em questões filosóficas, espirituais ou existenciais. Alguém que dedica tempo à meditação, reflexão ou estudo de filosofia está imerso em valores pessoais.

Imersão Tecnológica: no mundo digital, a imersão de valores ocorre quando alguém adota completamente os valores e comportamentos associados à tecnologia. Um exemplo, a dependência excessiva das redes sociais ou a aceitação acrítica de informações online são formas de imersão tecnológica.

Riscos da Imersão Cega: embora a imersão de valores possa ser enriquecedora, também há riscos. Quando alguém se imerge cegamente em um conjunto de valores, pode perder a capacidade crítica e a objetividade. É importante manter um equilíbrio entre a imersão e a análise crítica. Em resumo, a imersão de valores é um processo complexo que afeta nossa identidade, nossas escolhas e nossa visão de mundo. Pode ser uma jornada enriquecedora, mas também requer discernimento e reflexão constantes.

A imersão de valores pode ter implicações significativas em diversos contextos. Vamos explorar alguns riscos associados a esse fenômeno:

Perda de Perspectiva Crítica: quando alguém se imerge profundamente em um conjunto específico de valores, pode perder a capacidade de avaliar criticamente esses valores. A falta de questionamento e análise objetiva pode levar a decisões prejudiciais ou ações inadequadas.

Estagnação e Fechamento Mental: a imersão excessiva em determinados valores pode levar à estagnação intelectual. As pessoas podem se fechar para novas ideias, perspectivas e mudanças. Isso pode ser especialmente problemático em um mundo em constante evolução, onde a flexibilidade mental é essencial.

Intolerância e Fanatismo: quando alguém se imerge profundamente em valores específicos, pode se tornar intolerante em relação à visões diferentes. O fanatismo é o extremo dessa imersão, onde a pessoa defende seus valores de forma inflexível, muitas vezes à custa da harmonia familiar e social.

Conflitos Interpessoais: a imersão de valores pode levar a conflitos com pessoas que têm valores diferentes. A falta de compreensão mútua e a recusa em considerar outras perspectivas podem gerar tensões e hostilidades. A compreensão dos valores do outro e a empatia não significa necessariamente que aceito aqueles valores, mas apenas que os respeito.

Limitação de Oportunidades: focar exclusivamente em determinados valores pode limitar as oportunidades de crescimento e aprendizado. A diversidade de experiências e valores enriquece a vida e amplia horizontes.

Incapacidade de Adaptar-se a Mudanças: A imersão excessiva em valores pode dificultar a adaptação a mudanças sociais, tecnológicas ou culturais. A rigidez pode ser um obstáculo para a evolução pessoal e profissional.

Neste planeta, nesta era digital, com transformações radicais em todos os setores da sociedade e da economia, há que termos as “antenas” ligadas às nossas escolhas pessoais, sem descurar do outro que convive conosco diuturnamente, no lar, com a família e amigos e nas atividades profissionais, não importando a posição na estrutura administrativa, horizontal ou vertical.

Não podemos nunca esquecer, como dissemos lá no início, que a ética e a moral cristãs não mudam e, por isso, não é possível transigir em certos pontos, conciliando posicionamentos radicais de agora com princípios eternos, como, por exemplo, o valor da vida humana, que vem sofrendo ataques violentos, só para falar de aborto, eutanásia e afins. O respeito inviolável à dignidade humana atacada sem tréguas com o desrespeito à mulher, à criança, ao ser humano, enfim, usado como objeto manipulável pelo e para o prazer.

Enfim, este é, e será sempre, um assunto que merece muito cuidado e meditação e jamais será esgotado – VALORES!

Para ele, não tenho uma “receita de bolo”. É uma imersão minha para a educação continuada, “até que a morte nos separe”.

 

Celso Frauches é escritor, jornalista, historiador, pesquisador e diretor-presidente do Instituto Mão de Luva.
Celso Frauches é escritor, jornalista, historiador, pesquisador e diretor-presidente do Instituto Mão de Luva.

 

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